quarta-feira, 16 de março de 2011

Juiz quer Beira-Mar fora de Mossoró

“Não é função do presídio acabar com o poder que qualquer preso tenha fora do presídio. A função é não deixar que ele fuja. Ações fora do presídio é que vão causar o enfraquecimento e isso é lento. Evidente que ele (Fernandinho Beira-Mar) tem poder ainda, mas garanto aos senhores que é menor que 10 anos atrás.”

A afirmação do corregedor do Presídio Federal de Mossoró, o juiz Mário Jambo, resume a insatisfação do magistrado diante da forma como a permanência de Fernandinho Beira-Mar na unidade vem sendo tratada. Em uma entrevista coletiva na manhã de ontem, ele considerou inaceitável o mito criado em torno do criminoso e se negou a falar diretamente do traficante, que chegou a Mossoró em 5 de fevereiro com outros cinco detentos. O magistrado confirmou já ter determinado a transferência dos seis presos para outra unidade, mas o Ministério da Justiça tenta modificar a decisão. Mário Jambo confirmou ter recebido uma ligação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que argumentou a favor da transferência dos seis presos para Mossoró. O juiz federal, porém, não mudou de opinião.

A União já ingressou com uma ação, no Tribunal Regional Federal, para tentar reverter a decisão do magistrado. O TRF ainda não decidiu a respeito. As falhas na construção do presídio foram identificadas há mais de um ano e comprovadas em um relatório de um instituto de tecnologia do Distrito Federal. A interdição foi determinada em agosto e após essa data iniciou-se um processo de esvaziamento do presídio, que chegou a comportar 140 presos, em meados do ano passado, mas contava com apenas 36, quando da chegada do grupo de seis novos, em fevereiro. Na construção, “há indícios claros de crime”, afirma  Jambo.

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