sábado, 2 de outubro de 2010

Especial Rosalba: determinação e otimismo para fazer acontecer

A tarde cai no pátio da feira das Rocas, em Natal, e ela está pronta para a largada de mais um expresso 25. Sobre um carro aberto e acompanha de lideranças, a candidata rompe a noite rumo ao bairro das Quintas. Durante todo trajeto, acenos, discursos afinados com os problemas da população e tentativas de conquistar o eleitor nos dias que antecedem as eleições.


Mesmo após cerca de três meses de campanha, a senadora Rosalba Ciarlini (DEM) aparenta ser incansável na busca por votos para ser governadora do Rio Grande do Norte. A explicação para essa energia vem dela mesma: “sou determinada”. A democrata diz que é daquelas que “quando recebe uma missão, cumpri”.


Motivação que é acompanhada de outra característica revelada por ela: “sou otimista”. Porém Rosalba deixa claro que, apesar de achar que tudo vai dar certo, não fica esperando que soluções venham apenas do céu. “Do céu a gente pede as bênçãos”, declara, acrescentando que as conquistas devem ser pela luta, pelo esforço.


Ritmo frenético que exige das assessoras. Duas delas – Janaína Amaral e Aglair Abreu – recebem nossa equipe de reportagem. No carro da candidata, onde se dá nossa conversa, em meio à agitação de mais um dia de campanha, elas corroboram com a definição que a candidata fez dela mesma e revelam que, às vezes, fica até difícil acompanhar a agenda da política.
Foto: Elpídio Júnior

Nessa campanha, Rosalba deixou de visitar apenas 25 munícipios, de um total de 167. Para se deslocar de uma cidade para outra, por vezes, a candidata se utilizou de uma aeronave. Quando a distância era menor, ela foi em seu veículo importado.


“O carro dela é escritório, salão de beleza, restaurante”, disse Janaína, emendando que a candidata é muito vaidosa e costuma sempre retocar a maquiagem enquanto se desloca de uma cidade para outra. “Ela tem preocupação com a aparência”, acrescentou Aglair.


Durante as viagens no carro, quando não está dormindo, Rosalba mantém contatos políticos. Ela não costuma ligar o som do veículo, apesar de gostar das músicas de Chico Buarque. Ultimamente tem ouvido, e muito, seus jingles de campanha tocados nas atividades de campanha, entre os quais aquele cujo trecho diz: “Rosa que não se cansa”.

Foto: Elpídio Júnior

Mas as assessoras contam que ela não tem um jingle preferido, até porque há vários e, segundo elas, todos são muito bonitos. A democrata tem recebido muitas músicas/ presentes de compositores por onde tem passado.


Em meio à conversa de nossa equipe com as assessoras, uma das irmãs de Rosalba, Rosina, entrou no carro para descansar, pois estava acompanhado a carreata a pé. A nosso pedido, ela falou sobre a irmã/ candidata.


Rosina contou como observa Rosalba: “Ela é como se fosse a mãe de todos lá em casa”. Filha mais velha de uma família de nove irmãos (dois morreram), Rosalba acabou se responsabilizando pelos mais novos, como era comum nos idos das décadas de 50 e 60.

Foto: Elpídio Júnior

Natural de Mossoró, a candidata nasceu em 26 de outubro de 1952, em casa mesmo. “Todos os filhos nasceram na mesma casa no Centro de Mossoró, na mesma cama e pelas mãos da mesma parteira”, contou Rosina.


Na infância, Rosalba sofreu de uma amidalite crônica e a convivência com os consultórios despertou nela a vontade de ser médica. “Ela sempre quis ser médica”, disse Rosina.


Aos nove anos, a mossoroense foi para Fortaleza (CE) estudar em um colégio interno, ocasião em que ficou morando com a avó. Tempos depois, fez vestibular para medicina em João Pessoa, tendo obtido êxito. Quando se casou com o político Carlos Augusto Rosado veio morar em Natal.
Foto: Elpídio Júnior

Foi na capital do Rio Grande do Norte que ela terminou o curso e se especializou em Neonatologia. Trabalhou em bairros periféricos de Mossoró, fazendo orientação em ralação à saúde das crianças. Um trabalho conjunto com a Pastoral da Criança e o início na carreira política.


“Ela sempre gostou de crianças. Na primeira campanha de Rosalba eram as crianças que pediam voto para ela”, contou a irmã. Era o ano de 1988, e o nome de Rosalba apareceu nas pesquisas.


Ela conquistou a prefeitura de Mossoró, cidade que administrou por três mandados. Depois chegou ao Senado Federal e agora lidera as pesquisas para o Governo do Estado. Questionada sobre ambições política, Rosalba diz que, se eleita governadora, seu grande prêmio “é daqui a quatro anos poder voltar de cabeça erguida e dizer ao povo: cumpri minha missão”.
Foto: Elpídio Júnior

Bandeiras rosas arreadas, chega ao fim mais um trajeto do expresso 25. Antes de ir embora, uma pergunta: quais são os defeitos de Rosalba? Num primeiro momento, a escorpiniana se esquiva: “Como todo mundo, sempre temos um defeito. Mas esse vou perguntar a quem me conhece”.


Em seguida, a Rosalba revela: “Não sei se é um defeito, mas sou muito transparente. Não sei de modo nenhum esconder um sentimento. Se estiver chateada, se estiver insatisfeita, eu sou franca. Pode ser um defeito, mas sou assim e não mudo mais”.

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