Mesmo com banda larga precária, Brasil é um dos maiores consumidores globais de internet, diz a consultoria comScore
Marili Ribeiro - O Estado de S.Paulo
É fato que a banda larga é lenta na maioria das cidades onde ela chega no Brasil. Baixar arquivos pesados, com capacidade restrita, é um tormento. Fora isso, os preços dos serviços de acesso são altos. Com esse cenário de fundo, o País teria todas as precondições para ser um dos lanterninhas no consumo de internet. Ledo engano.
O Brasil ocupa a terceira posição em páginas visitadas nas redes sociais, atrás de EUA e Rússia. No portal de vídeos do YouTube, o País também não faz feio. Está entre os cincos maiores usuários no mundo. Os dados são da consultoria americana comScore, especializada em serviços online. Nesta semana Greg Dale, diretor global de operações e também um dos fundadores da empresa, chega a São Paulo para apresentar em detalhes o retrato do consumo digital dos brasileiros. Ele será um dos palestrantes do ProXXima, evento sobre negócios da comunicação digital que acontece nesta quarta e quinta-feira.
Segundo dados da consultoria, mesmo com as limitações de infraestrutura, a audiência da internet no Brasil cresce 20% ao ano, contra uma média mundial de 8%. E há mais de 40 milhões de brasileiros que acessam a internet em casa ou no trabalho, o que torna o País o oitavo mercado do mundo entre os maiores consumidores de bit e bites.
Potencial. Dale diz que o País é uma das principais apostas da empresa. "É o maior mercado na América Latina, uma região que é muito importante para nossos planos de expansão. O Brasil cresceu mais que os outros países da região e tem o nosso maior escritório comercial". Instalada em São Paulo, a filial da empresa americana tem no portfólio 70 clientes - entre agências de propaganda, portais, empresas de comunicação e companhias dos setores automobilístico, aéreo e varejo - para os quais monitora 40 mil sites e canais online. A comScoreé concorrente da consultoria Ibope Nielsen Online, joint-venture entre a empresa de pesquisas brasileira Ibope e americana Nielsen.
Uma das maiores preocupações dos executivos de marketing das companhias é medir e controlar os resultados de seus investimentos. Cuidado que se redobra diante da enorme segmentação do universo digital já, por si, bastante intimidadora para uma empresa monitorar suas marcas e imagem corporativa, hoje ativos relevantes em seus negócios. Por isso mesmo, mais do que registrar a audiência online, as empresas que prestam serviços nesse setor se esmeram em vender capacidade de análise dos resultados de forma a tornar eficiente a aplicação das verbas publicitárias.
Dale da comScore, porém, não foge à regra da pregação usual do meio marqueteiro. Campanha para dar resultado de vendas tem que casar ações online e offline. "Fizemos uma pesquisa significativa sobre construção da marca online e concluímos que o clique não poder ser métrica para avaliar o desempenho de uma campanha online, porque poucas pessoas realmente clicam em anúncios", constata Dale.
Fundada em 1999 e com ações listadas na Nasdaq desde 2007, a comScore acompanha mais de três milhões de sites em 170 países.
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