Rio - Estudo inédito divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que as maiores concentrações de carbono no solo da Amazônia estão em áreas de mangue, hoje ameaçadas por mudanças em regras de preservação no Código Florestal aprovado na Câmara. Nesses locais, a concentração de carbono em até um metro de profundidade chega a 250 toneladas por hectare. A média para o solo da Amazônia é de 95 t/ha. O resultado surpreendeu técnicos do IBGE, que previam uma concentração maior de carbono em áreas cobertas por florestas densas. “Foi uma surpresa”, disse a geógrafa Rosangela Garrido. Para ela, o trabalho reforça a importância estratégica da conservação de manguezais e o seu papel fundamental para o equilíbrio climático.
Também foi verificada alta concentração de carbono em áreas de campinarana, vegetação típica da região do alto Rio Negro. Hoje, não há proteção legal para campinaranas. Os mangues, classificados como Áreas de Preservação Permanente (APPs), ficariam completamente desprotegidos, caso sejam mantidas as mudanças no Código Florestal. Durante a apresentação da publicação Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal, o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, disse que ela ocorria em “momento apropriado”.
Estima-se que em 2002, ano de referência do estudo, havia aproximadamente 48 bilhões de toneladas de carbono no solo e 45 bilhões de toneladas de carbono na vegetação remanescente da região. No caso específico dos mangues, que apresentam maior concentração de carbono, mas relativamente ocupam parcela pequena de área, o estoque era de 280 milhões de toneladas no solo. “Em média, o mundo emite 10 bilhões de toneladas de carbono oriundo de CO2 por ano”, diz engenheiro florestal André Almeida. Um dos principais méritos do estudo, diz ele, é a reconstituição dos estoques originais (pré-colonização) de recursos naturais da Amazônia. “O estoque de carbono que a gente teria originalmente na vegetação, de 51 bilhões de toneladas, equivaleria a cinco anos do que vem sendo emitido em todo o mundo”, acrescenta André. Até 2002, 6 bilhões de toneladas de carbono foram eliminadas desse estoque por desmatamentos.
No País, estima-se que 75% das emissões de CO2 sejam oriundas de mudanças no uso da terra. Segundo André, o modelo usado no estudo é compatível com os inventários de emissões de gases de efeito estufa do Brasil. “O estoque de carbono pode ser transformado em crédito de carbono. Muito dinheiro é negociado no mercado internacional. Fica uma questão. O que vale a pena? O que a gente tem em termos de créditos de carbono na Amazônia? É importante manter a floresta em pé”, diz Trento Natali Filho, outro técnico do IBGE.
Segundo a publicação, pelo menos 2,6 bilhões de árvores foram eliminadas do início do processo de ocupação da Amazônia por povos não indígenas até 2002. Em volume de madeira, são 4,7 bilhões de metros cúbicos. Quase metade dessa perda (1,2 bilhão de árvores) ocorreu no Estado do Pará. A área desmatada por ação do homem representa 15,3% da vegetação original do bioma. As perdas de árvores estão concentradas no Leste (Pará, Maranhão e Tocantins) e no sul (Mato Grosso e Rondônia).
A pecuária aparece como principal responsável pela alteração da cobertura original da terra, representando 51,7% da área desmatada. A vegetação secundária (que surge naturalmente após o abandono de áreas desmatadas) correspondia a 32,1%, e a agricultura, a 15,2%.
Estima-se que em 2002, ano de referência do estudo, havia aproximadamente 48 bilhões de toneladas de carbono no solo e 45 bilhões de toneladas de carbono na vegetação remanescente da região. No caso específico dos mangues, que apresentam maior concentração de carbono, mas relativamente ocupam parcela pequena de área, o estoque era de 280 milhões de toneladas no solo. “Em média, o mundo emite 10 bilhões de toneladas de carbono oriundo de CO2 por ano”, diz engenheiro florestal André Almeida. Um dos principais méritos do estudo, diz ele, é a reconstituição dos estoques originais (pré-colonização) de recursos naturais da Amazônia. “O estoque de carbono que a gente teria originalmente na vegetação, de 51 bilhões de toneladas, equivaleria a cinco anos do que vem sendo emitido em todo o mundo”, acrescenta André. Até 2002, 6 bilhões de toneladas de carbono foram eliminadas desse estoque por desmatamentos.
No País, estima-se que 75% das emissões de CO2 sejam oriundas de mudanças no uso da terra. Segundo André, o modelo usado no estudo é compatível com os inventários de emissões de gases de efeito estufa do Brasil. “O estoque de carbono pode ser transformado em crédito de carbono. Muito dinheiro é negociado no mercado internacional. Fica uma questão. O que vale a pena? O que a gente tem em termos de créditos de carbono na Amazônia? É importante manter a floresta em pé”, diz Trento Natali Filho, outro técnico do IBGE.
Segundo a publicação, pelo menos 2,6 bilhões de árvores foram eliminadas do início do processo de ocupação da Amazônia por povos não indígenas até 2002. Em volume de madeira, são 4,7 bilhões de metros cúbicos. Quase metade dessa perda (1,2 bilhão de árvores) ocorreu no Estado do Pará. A área desmatada por ação do homem representa 15,3% da vegetação original do bioma. As perdas de árvores estão concentradas no Leste (Pará, Maranhão e Tocantins) e no sul (Mato Grosso e Rondônia).
A pecuária aparece como principal responsável pela alteração da cobertura original da terra, representando 51,7% da área desmatada. A vegetação secundária (que surge naturalmente após o abandono de áreas desmatadas) correspondia a 32,1%, e a agricultura, a 15,2%.
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