terça-feira, 20 de setembro de 2011

FMI reduz projeções de crescimento global; Brasil crescerá 3,8%

O FMI (Fundo Monetário Internacional) baixou nesta terça-feira suas previsões para o crescimento da economia mundial, que se "debilitou consideravelmente" e que continuará sob ritmo lento, segundo divulgado no informe "World Economic Outlook" (Perspectivas Econômicas Mundiais, em tradução livre).
A instituição indicou que, se os dirigentes ocidentais mantiverem seu compromisso, o crescimento da economia mundial poderá alcançar 4% em 2011 e um valor similar em 2012. No entanto, EUA e Europa podem entrar em recessão se não tomarem as medidas necessárias.
O Ocidente é motivo de preocupação para o fundo. Em junho, as previsões de crescimento dos EUA foram fortemente rebaixadas, chegando a 1,5% em 2011 e 1,8% em 2012, e exortou as autoridades desse país a tomarem as medidas necessárias para reduzir a dívida pública e apoiar a recuperação. O crescimento da zona euro, por sua vez, foi fixado em 1,6% em 2011 contra os 2% que eram anteriormente previstos.
O crescimento mundial será impulsionado principalmente pelos países asiáticos em desenvolvimento, que podem crescer até 8,2% neste ano, e por outras economias emergentes.
O FMI prevê um "crescimento débil a curto prazo", não havendo previsão de melhoras até o início de 2012.
BRASIL
As perspectivas de crescimento para a economia do Brasil em 2011 com relação à previsão de junho foram rebaixadas em três décimos e a situou em 3,8%.
No relatório, o FMI manteve, no entanto, a previsão de crescimento da economia brasileira em 3,6% para 2012.
Apesar de, oficialmente, o governo brasileiro ainda manter a expectativa de crescimento de 4,5% para o PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, a própria presidente Dilma Rousseff já declarou recentemente que o governo faria "um esforço para chegar a 4%, quatro e pouco (%)", segundo a BBC Brasil.
O Boletim Focus (levantamento semanal do Banco Central com base em consultas ao mercado) mais recente, divulgado na segunda-feira, havia reduzido pela sétima semana seguida as projeções de crescimento para o Brasil, passando de 3,56% para 3,52%.
Se as estimativas do FMI se confirmarem, o Brasil terá o segundo menor crescimento na América do Sul em 2011, sendo superado apenas pela Venezuela --cuja economia deve avançar 2,8%-- e abaixo da média da região, de 4,9%.
O aumento do PIB brasileiro será menor também que a média de 6,4% prevista para os emergentes e nações em desenvolvimento, e para o crescimento global, de 4%. Ainda assim, estará em um ritmo mais forte do que o previsto para economias desenvolvidas, de 1,6%
O FMI espera que a economia do país cumpra suas metas de inflação, reduzidas nas novas previsões para 6,6% em 2011 e situadas em 5,2% no próximo ano, avaliando como encorajador o anúncio do perto fiscal e o sinal de que o governo está comprometido com a meta de 4,5%. Apesar disso, afirmou ser necessário "esperar para ver" se o corte nos juros promovido está na direção certa.
Em seu relatório, o FMI admite que alguns emergentes interrompam o ciclo de aperto monetário até que tenha passado a incerteza econômica mundial.
Até abril, o fundo defendia o aperto em emergentes, como o Brasil, que, segundo ele, estavam superaquecidos. As novas turbulências, porém, podem levar a uma queda nas exportações e no fluxo de capitais, suavizando a demanda e puxando a inflação para baixo.
Com relação à taxa de desemprego no Brasil, o fundo prevê que seja elevada de 6,7% em 2011 para 7,5% em 2012.

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