sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Empresas do RN sobrevivem menos

Um estudo divulgado ontem pelo Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa (Sebrae) mostra o Rio Grande do Norte com a quarta menor taxa de sobrevivência das empresas, no país, e com a segunda mais baixa do Nordeste, atrás apenas da registrada em Pernambuco. Na prática, 62 em cada 100 empresas criadas  em 2006 continuaram em atividade pelo menos nos dois anos posteriores - os anos considerados mais críticos, entre outros motivos, pela necessidade de conquistar clientes e de tornar-se conhecido no mercado.

O  desempenho do estado representa um recuo de 0,50 ponto porcentual em relação ao índice alcançado em 2005 e é atribuído, por exemplo, a deficiências em quesitos como conhecimento de mercado e qualificação por parte dos empreendedores, mas também à ausência de grandes projetos em desenvolvimento no período. A análise é do superintendente em exercício do Sebrae RN, João Hélio Costa Cavalcanti Júnior. "É um cenário que preocupa", diz. No Brasil, a taxa do RN só foi maior que as dos estados do Acre (60%), Amazonas (59%) e Pernambuco.

Ao contrário de anos anteriores, em que foi feita "em campo", desta vez a pesquisa foi realizada a partir da base de dados da Receita Federal sobre a criação de empresas, eliminando possíveis margens de erro.  Nacionalmente, o levantamento aponta que as taxas de sobrevivência estão aumentando. O dado mais recente mostra que a cada 100 empreendimentos criados no Brasil, 73 sobrevivem aos primeiros dois anos  - em 2005, eram 71 a cada 100. A taxa supera a de países modelo do empreendedorismo, como a Itália, com índice de 68% em 2005.

Para o grupo das empresas brasileiras constituídas em 2006, a taxa foi maior para as industriais (75,1%), seguidas por comércio (74,1%), serviços (71,7%) e construção civil (66,2%). O avanço da legislação referente às micro e pequenas empresas, o aumento na escolaridade dos empreendedores, a maior demanda por capacitação dos empresários e o crescimento do mercado consumidor brasileiro contribuiram para o avanço.

No caso do Rio Grande do Norte, a maior taxa de sobrevivência, em 2006, foi apontada para o comércio. E a pior para o setor de serviços. "Muitas pessoas montam negócios em áreas como o turismo, sem se preparar para isso. Não fazem estudo de viabilidade, não identificam as oportunidades que existem na região, não conhecem o mercado local", diz Cavalcanti, do Sebrae RN. "Para montar um negócio, não basta só ter  dinheiro", frisa.

Os dados mais recentes, de 2006, traçam um retrato do período que precedeu a entrada  em vigor da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que é de 2006, mas só começou a ter efeitos a partir de  2007. A lei reduziu burocracia, tributos e criou incentivos ao setor por meio do Supersimples e posteriormente do Empreendedor Individual, que facilita a legalização de pequenos negócios. O ambiente mais favorável é um dos elementos que deverá contribuir para que a taxa de sobrevivência melhore nos próximos anos, disse o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto, em entrevista coletiva transmitida pela internet.

"A partir do momento em que se cria mercado, em que se desenvolve a economia e em que se melhora as oportunidades de negócio, a expectativa é que as taxas de crescimento avancem e que se tornem mais homogêneas entre os estados do país", destacou Luiz Barretto.

Um total de dez unidades da federação apresentou taxas de sobrevivência acima da média nacional, de 73,1%, nos dois primeiros anos de existência da empresa, segundo o estudo.

Fonte: Tribuna do Norte

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