quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Levantamento mostra que mães são principais agentes violadores dos direitos das crianças

Por serem seres indefesos e dependentes dos adultos, as crianças necessitam de cuidados e atenção para garantir o acesso à educação, lazer, saúde e alimentação durante a fase de desenvolvimento. Entretanto, nem sempre esses direitos básicos são garantidos e em muitos casos as crianças são vítimas da violação dos direitos pelos próprios pais, que deveriam dar assistência e proteger os filhos.
Essa realidade transgressora dos direitos das crianças foi constatada em Mossoró no último levantamento realizado pela 34ª Zona do Conselho Tutelar, que compreende a jurisdição de 29 comunidades urbanas e rurais do município.
Do total de 255 violações nos primeiros seis meses deste ano, incluindo alguns dias de julho, registrado pelo departamento do órgão, em 98 casos a mãe aparece como principal agente violador, o que corresponde a 38,4% dos casos. Os dados referentes ao primeiro semestre de 2011 apontam ainda que a incidência maior de causa de violação refere-se à negligência, aparecendo com 77 registros.
Na avaliação do conselheiro tutelar da 34ª Zona Flávio Roberto, o índice de violação dos direitos das crianças registrado pelo órgão na jurisdição manteve-se estável em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 280 violações.
"Mas houve algumas alterações como, por exemplo, a mudança de perfil, quando a criança viola o próprio direito através da conduta rebelde. Deixando de ir à escola e agredindo outras crianças", destaca Flávio Roberto.
Já em relação aos dados de violação dos direitos das crianças deste ano da jurisdição da 33ª Zona do Conselho Tutelar, o presidente Arnon Dutra explica que a gestão anterior não concluiu o levantamento dos dois primeiros trimestres de 2011. "Os novos conselheiros foram empossados no último dia 25 de julho, por isso não temos o levantamento estatístico, já que não foram repassados pela gestão anterior. Já os dados do último trimestre, concluiremos a análise no final deste mês", justifica Arnon Duarte.
Entretanto, o presidente da 33ª Zona adianta que a principal violação detectada consiste na falta de vagas para crianças nas creches no município em virtude do déficit gerado pelo fechamento de 12 unidades educacionais do Movimento de Integração e Orientação Social (Meios) na cidade.
"Estamos sempre encaminhando casos nesse sentido de quebra do direito à educação ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica) e à Promotoria de Defesa da Criança e do Adolescente. Os pais nos procuram relatando que não matricularam os filhos pela falta de vagas", revela Arnon Dutra.

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